EUA denunciam 6 executivos da Volkswagen pelo ‘dieselgate’

Algumas empresas preferem continuar pagando acordos bilionários, outras investem em Compliance.
O acordo pode ser pago, já o prejuízo reputacional, esse é mais difícil.

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Eles poderão responder criminalmente por fraude em motores; 1 está preso.
Montadora deverá fechar novo acordo bilionário para encerrar processos.

Seis executivos da Volkswagen foram denunciados pela fraude dos motores a diesel da montadora nos Estados Unidos. Um deles está preso desde o último sábado (7), quando iria embarcar para a Alemanha. Os outros estão no país europeu.

A promotora geral Loretta Lynch afirmou que outros funcionários da empresa poderão ser denunciados futuramente, já que as investigações continuam.

“É realmente o reflexo do fato de que empresas multinacionais, que não têm um rosto, não cometem crimes, mas pessoas de carne e osso cometem”, disse Sally Q. Yates, também da promotoria.

Montadoras como General Motors e Toyota já foram condenadas a pagar multas pesadas nos EUA em casos que envolveram mortes por defeitos em veículos, mas nunca chegaram a ser acusadas criminalmente, o que ocorre com a Volkswagen.

Entre os denunciados estão Heinz-Jakob Neusser, de 56 anos, Jens Hadler, 50, Richard Dorenkamp, 68, Bernd Gottweis, 69, Jürgen Peter, 59, e Oliver Schmidt, 48, que está preso em Miami.

 

Vai se declarar culpada
A montadora alemã aprovou nesta quarta os termos do acordo que pretende encerrar processos na esfera criminal e civil nos EUA em torno do “dieselgate”.

Além de se declarar culpada pelos crimes, a Volkswagen deverá pagar US$ 4,3 bilhões em multas e ser acompanhada por monitor independente pelos próximos 3 anos.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Departamento de Justiça.

 

Fraude custou US$ 20 bilhões
Se for confirmado, os gastos da fabricante com as consequências do escândalo devem chegar a US$ 20 bilhões, mais do que o previsto pela companhia.

Em outubro passado, o grupo já tinha aceitado um acordo na Justiça americana para pagar US$ 15 bilhões em compensações aos proprietários dos cerca de 600 mil carros vendidos naquele país e envolvidos na fraude.

Os clientes podem escolher entre revender o carro para a montadora ou levá-los para recall que vai corrigir o problema.

Os gastos podem comprometer os resultados da Volkswagen em 2016, apesar de o grupo ter batido seu recorde de vendas, com 10,3 milhões de carros entregues no mundo. O montante faria da montadora a número 1 do mundo em vendas, superando a Toyota, cujos resultados só saem em fevereiro.

 

Como a fraude foi descoberta
O “dieselgate” foi descoberto em setembro de 2015 por meio de uma acusação do governo americano.

A Volkswagen admitiu que usou um programa de computador para burlar resultados de testes de emissão de poluentes em 11 milhões carros com motor a diesel em todo o mundo.

 

Fonte: G1



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