COMPLIANCE E PERDA DE ATIVOS

Todos os jornais do mundo anunciam, em choque, a perda do Facebook de 50 bilhões de dólares, em dois dias.

A empresa perdeu o posto, inclusive, de uma das cinco maiores do mundo.

O descaso com o Compliance Digital e a segurança da informação foram as causas dessa “tragédia empresarial”.

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Em dois dias, Facebook perde quase US$ 50 bilhões em valor de mercado

Nos últimos dois pregões, ações da empresa caíram mais de 9%, em meio a escândalo sobre vazamento de dados.

Após dias de queda de suas ações na bolsa dos Estados Unidos, o Facebook perdeu mais de US$ 49 bilhões em valor de mercado em dois dias. A queda no período foi de 9,15%, de acordo com dados da Economatica.

A empresa também caiu no ranking das maiores em valor de mercado no mundo. Antes, ocupava a 5ª posição, mas foi ultrapassada por Alibaba e Berkshire.

As perdas acontecem em meio a um escândalo sobre vazamento de dados no qual a empresa está envolvida. Parlamentares do Reino Unidos convocaram o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, para prestar esclarecimentos sobre o vazamento de dados de 50 milhões de usuários.

Entenda o escândalo de uso político de dados que derrubou valor do Facebook

Ex-sócio da Cambridge Analytica no Brasil, André Torretta, diz que empresa não tinha banco de dados de brasileiros.

A companhia de rede social disse nesta terça-feira que enfrentou questionamentos da Comissão Federal de Comércio do EUA sobre como os dados pessoais de seus usuários foram minados por uma consultoria política contratada pela campanha do presidente Donald Trump.

Neste domingo (18), o Facebook informou que está investigando o vazamento de dados provocado por uma empresa britânica que trabalhou para a campanha de 2016 do presidente americano, Donald Trump. A empresa de consultoria Cambridge Analytica manipulou informação de mais de 50 milhões de usuários da rede social nos Estados Unidos.

A companhia obteve as informações em 2014 e as usou para construir uma aplicação destinada a prever as decisões dos eleitores e influenciar sobre elas, segundo revelaram neste sábado os jornais “London Observer” e “New York Times”.

Depois disso, o Facebook suspendeu a conta da Cambridge Analytica e de sua matriz, Strategic Communication Laboratories (SCL), além de informar que descobriu o vazamento de dados pela primeira vez em 2015.

“Estamos dirigindo uma revisão integral, interna e externa, para determinar se são certas as informações de que os dados em questão do Facebook ainda existem”, afirmou Paul Grewal, vice-presidente e membro da equipe legal do Facebook, em comunicado.

 

Repercussão

Este é um dos maiores vazamentos de dados na história do Facebook. Além da queda na Bolsa, a revelação do acesso indevido de dados já provoca repercussões em outros campos. Legisladores britânicos e americanos pediram explicações à empresa. A procuradora-geral do estado de Massachusetts, Maura Healey, abriu uma investigação contra a empresa.

O presidente do Parlamento Europeu disse nesta segunda-feira que os legisladores da União Europeia vão investigar se ocorreu o uso indevido de dados, ao classificar as alegações de uma violação inaceitável dos direitos de privacidade dos cidadãos. Na Alemanha, o Partido Verde também disseu que pediu ao governo alemão que informe ao parlamento sobre o impacto doméstico.

O caso poderia gerar também uma multa multimilionária para o Facebook. A suspeita é que a empresa teria violado uma regulação da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) que protege a privacidade dos usuários de redes sociais.

“Acredito que a FTC vai querer investigar isto”, disse um ex-funcionário dessa agência federal, David Vladeck, ao jornal “Washington Post”.

Brian Acton, cofundador do WhatsApp, também comentou o caso no Twitter, dizendo que era hora de deletar sua conta. Acton trabalhou por 8 anos no WhatsApp, que foi comprado em 2014 pelo Facebook por US$ 19 bilhões em dinheiro e ações.

 

Como foi o vazamento

Segundo a rede social, Aleksandr Kogan, um professor de psicologia russo-americano da Universidade de Cambridge, acessou os perfis de milhões de usuários que baixaram um aplicativo para o Facebook chamado “This is your digital life” e que oferecia um serviço de prognóstico da personalidade.

Com esse acesso, ele encaminhou mais de 50 milhões de perfis à Cambridge Analytica. Desses, 30 milhões deles tinham informações suficientes para serem exploradas com fins políticos. Ele conseguiu esses dados apesar de somente 270 mil usuários terem dado seu consentimento para que o aplicativo acessasse sua informação pessoal, segundo o “NYT”.

Ao compartilhar esses dados com a empresa e com um dos seus fundadores, Christopher Wylie, Kogan violou as regras do Facebook, que eliminou o aplicativo em 2015 e exigiu a todos os envolvidos que destruíssem os dados coletados.

“Há vários dias, recebemos informes que nem todos os dados foram apagados”, indicou o Facebook, advertindo que estava disposto a ir aos tribunais para resolver o tema.

 

Cambridge Analytica

Entre os investidores na Cambridge Analytica estão o ex-estrategista-chefe de Trump e ex-chefe da sua campanha eleitoral em 2016, Steve Bannon, e um destacado doador republicano, Robert Mercer.

A campanha eleitoral de Trump contratou a Cambridge Analytica em junho de 2016 e pagou mais de US$ 6 milhões a ela.

Fonte: G1



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